“O mal do urubu é pensar que o boi está morto”
Dizia meu pai, todo orgulhoso
Estufando o peito pomposo
Enquanto a ele direcionávamos um olhar curioso
Quando menos se esperou
O boi no urubu a pata bateu.
E sem remorso ele respondeu:
– Antes ele do que eu!
A cada tarde o urubu agourava
A saúde do touro-quase-vaca
Que nem de pé ele se aguentava
Quando um dia o boi adormeceu, o urubu do céu desceu.
– Até que enfim, ele morreu!
E o coice que o boi deu, o urubu jamais se esqueceu!