– Tive um sonho contigo.
Confidenciou-me um amigo
Sua tez adquirira um tom verde-índigo
Que me lembrava perigo.
– Meus olhos perdiam de vista, a grama que a terra cobria.
Uma vista de romance, sofrimento e discórdia,
Mas imersa em agonizante poesia,
Que a melancolia escondia.
– De costas, no alto da falésia,
Um nórdico encarava a grama que cobria
A campa rasa onde sua esposa jazia.
– Ele era eu. – disse-me o amigo meu.
Em transe, percebi como a dor dele me comoveu.
– Só que ela é você, e ele fui eu! – disse-lhe eu.