Cidade do Rock – 18SET15
Mais uma vez me surpreendo com o mundo a minha volta. Ergo os olhos e vejo as torres de som em forma de ondas, ou seriam as curvas senoidais, uma referencias as calcadas em pedras portuguesas tão características da Cidade do Rio de Janeiro.
O sol escaldante está de partida no horizonte com um arco-íris púrpuro a acompanhá-lo. A minha volta, vejo pessoas de todos os cantos do Brasil e do mundo. Todos os idiomas. Todas as idades. Os mais variados e belos tons de pele que existem.
Em comum? No peito um coração cheio de expectativa e um sorriso no rosto. Rostos estes grudados no palco. Em sua imensidão, a cidade em forma de guitarra os saúda.
O adolescente cadeirante contrasta com a senhora da melhor idade que está sentada a apenas alguns metros a sua esquerda. Um sonho em comum os une. A música.
Ao fundo, violinos se contorcem em frenesi ritmando a música irlandesa enquanto a bateria do Olodum contagia os capoeiristas.
Não existe estilo ou moda aqui. Tudo é valido. Tudo é lindo. Cada um curtindo o que gosta e admirando os estilos alheios. Camisetas pretas, brancas, cabelos coloridos, tatuagens e piercings. As estampas de rock dividem espaço com super-heróis, os Simpsons ou Rebeldes Imperiais perseguidos pelo Darth Vader. No gramado, até o Mickey risonho tem vez.
O chafariz que emana do letreiro vermelho gera uma névoa que afaga o rosto judiado pelo sol. Ao seu lado, as bandeiras tremulam orgulhosas. A bandeira branca com a cruz vermelha ao lado da bandeira alvi-cerúlea com o arco-íris e a cruz.
As décadas se manifestam na fitinha amarrada em estilo hippie, na camisa xadrez presa na cintura, no tênis de basquete de cano baixo surrado.
Na cabeça, um sonho une todos, agora, de pé sobre a grama artificial. Olhos vidrados no gigantesco palco, aonde em instantes nossos heróis draconianos irão se apresentar. Mas eles sabem que somos o dragão que os desafia a fazerem o seu melhor.
Fogos antecipam o início do espetáculo. As explosões no céu retum-bam com uma sequencia conhecida substituindo a bateria na marcação do compasso.
É hora do show… O maior show de música do mundo.
E o Rio, já não é mais de janeiro, mas de setembro… de Rock, e de todos.
Um Rio de Paz, Amor, Esperança e de Música.