Por Drika Yar
Esta semana me pediram para refletir sobre nossa capacidade de observação, e tentar ver o mundo através dos olhos de uma criança que está descobrindo tudo a nossa volta.
Percebo então que os anos me moldaram de uma maneira bem peculiar, e que se tornara parte de minha natureza observar e questionar aquilo que orbita a minha volta tanto quanto aquilo que orbito ao entorno.
Uma tempestade de primavera ao final da tarde. Este foi o meu ponto de partida para esta reflexão.
Enquanto voltava do almoço, em meio a árvores seculares, uma brisa leve me acariciou o rosto como alguém que cumprimenta um velho amigo com um beijo de boas-vindas. Uma à uma flores amarelas com bordas avermelhadas dançaram pelo ar, caindo no caminho à minha frente, formando um tapete alegremente florido.
Ao final da mesma tarde, o céu azul adquiriu um tom acinzentado beirando o chumbo.
Nuvens engraxadas migravam a uma velocidade fantástica contaminando as suas irmãs mais alvas – tornando o dia em noite.
A tempestade que se seguiu foi aterrorizante, porém magnífica. Árvores se vergavam ao sabor do vento e granizou precipitou do céu.
Apesar de serem apenas quatros os elementos, sempre tendemos a lembrar apenas de três: a terra, a água e o fogo – relegando o vento a última posição.
Mas o que seria de nós sem o vento?
Em seus braços, ele carrega o pólen para fecundar a terra. Ele alimenta ou extingue o fogo dependendo do seu humor (ou a falta dele) e quanto a água? O que seria dos seres aquáticos sem a brisa doce do mar?
Paro e logo vejo que somos como o vento, carinhosos e possessivos, bem humorados ou sisssudos, calmos ou explosivos, e que precisamos interagir uns com os outros para que possamos tirar o melhor de nós .
Há um ditado que diz que ‘a beleza está nos olhos de quem que a contempla’.
Para mim, o vento é magnífico. E para você?
Como você vê o vento?