Por Adrianna Ribeiro
– Existe morte após a vida?
Momento tenso. Mas eu não errei, e pergunto de novo.
– Existe morte após a vida?
Esta é uma pergunta para a qual não há resposta, e se há, tampamos a todo o custo esta verdade reluzente com uma peneira.
– Que há algo, há! O que, não sei.
Para uns existe a morte após a vida, e aí acabou-se. Para outros, a esperança de um Paraí-so. Outros vão além em sua imaginação: Reencarnação? Arquivos Acasicos (Akashicos)? Abdução?
Um dia saberei, mas então não serei corpórea, e a verdade não poderei lhes revelar até que se juntem a mim.
Mas e aquelas visões? E a sensação de dejá vù que atormenta minha razão?
Os sonhos em outros idiomas. Os locais os que conheço sem nunca ter visitado. E as pre-monições. Malditas visões!
Coincidências? Seria um caso de Arquivo X? Cadê o Mulder e a Scully para encontrarem a solução?
Quisera eu que fosse brincadeira, mas não é! Tampouco é ficção. É questão de percepção. Pois quando a venda que cobre os olhos cai por terra, a visão se expandem para além do que horizonte da segurança do dia-a-dia corrido das metrópoles. E sua alma vê aquilo que não deve-ria ser visto.
A ignorância é uma benção, me disseram anos atrás.
Lembre-se, girar a maçaneta desta porta, e abri-la, tem um preço, digo e repito, terás que deixar a ignorância para trás.
Tal como Alice que teve que escolher se seguia o coelho (e sua curiosidade) ou não, este caminho não tem mais volta nem bifurcação. Não há como retornar a ignorância perdida. E ao perdê-la, lembro da história de que, ela pode ser uma benção pois os sentidos são inundados por sensações d’antes desconhecidas, ou talvez, não reconhecidas.
E eis que quando a porta do passado se abre, e esse tsunami encharca o observador com emoções de outrora, lembrar-se-ão dos amores e as dores!
Esse é o preço de se ver além do véu do tempo e do espaço. Mas como beleza não põe mesa, terás a dádiva de saber, mas a obrigação de responder pelo que souber, bem como, obriga-ção de não repetir os mesmos erros do passado, pois a ignorância já não acompanha o observa-dor. Apenas a dor…
E agora, Neo, o que você faz? Entra na Matriz ou deixa tudo para trás?