Por Adrianna Ribeiro
Seria o perdão indigno?
Ou seria perdoar um ato da razão?
A esposa traída perdoa o marido indigno?
Ou perdoar fora apenas um gesto de submissão?O vestido pendia no prego
Prova irrefutável da infidelidade daquele que tinha um super-ego
E ela, tirando forças de um alter-ego,
Sujeita-se, a mais uma vez, a recebê-lo em seu aconchego.As filhas, os passos do pai não escutam
Tão pouco se importam
Mas é com o vestido carmim que seus olhos se encantamA vadia, d’antes esbelta e bela, Dona Florisbela
Foi-se com o coração estilhaçado, em óleo sobre tela,
E a bela esposa, que de bela nada tinha, se reconforta com esta a vingança singela.